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OBJETO
DE DESEJO
O superstar da literatura britânica moderna está de volta com sua fina ironia e humor para debater assuntos sérios, que envolvem relacionamentos e conflitos existenciais. Desta vez, a protagonista é Katie Carr, médica, dois filhos, um marido zangado e uma vontade louca de mudar, jogar tudo para o alto e começar do zero. Mas nada é tão simples. E a culpa? E a preocupação em fazer o bem e contribuir para a humanidade? Nick Hornby, através dos seus personagens, indaga no decorrer da trama o sentido de bondade: o que significa ser uma pessoa legal, como podemos ser bons? Katie se sentia uma mulher legal. Afinal, sua profissão tinha a nobreza de ajudar aos outros. Mas será que a Dra. Carr era mesmo boa? Quando saía do consultório, onde já não atendia seus pacientes de forma satisfatória, sua vida em família a impulsionava para a fuga. Na verdade, Katie não agüentava mais chegar em casa todos os dias e encontrar o marido: o mal-humorado David, que escrevia a coluna. O homem mais irritado de Holloway no jornal local. O pior é que esse sentimento estava se estendendo aos filhos, Molly e Tom.
A rotina das dez horas de trabalho, as contas a pagar, a falta de convicção nas suas atitudes e, para piorar, o amante sem graça, o primeiro em 24 anos de casamento, passam a se tornar cada vez mais incômodos. Eis, então, que pede o divórcio de um estacionamento, pelo celular. A decisão provoca uma reviravolta na vida dos Carr. David assume uma postura que mescla as sensações de orgulho ferido e vingança e, a partir do momento em que decide tratar seu crônico problema de coluna com o curandeiro milagroso D. J. BoasNovas, deixa de ser rabugento e amargo. Influenciado pelo guru, torna-se politicamente correto, defensor das minorias e dos menos favorecidos. Desapega-se dos valores materiais, abandona o emprego, abriga indigentes na sua casa e na dos vizinhos, doa bens e brinquedos, recolhe donativos para crianças pobres e convida BoasNovas para morar com sua família. Os filhos ficam divididos: Tom, mais parecido com a mãe, não concorda com as atitudes do pai; já Molly simpatiza com as idéias altruístas. Ao saber do caso extraconjugal da esposa, as transformações são ainda mais profundas e fazem emergir um marido carinhoso e um pai atencioso. Sempre no limiar da dúvida, Katie questiona a veracidade daquela postura e de todos os elementos que compõem o perfil de uma pessoa legal. Será que ser bom é exercitar um desprendimento desmedido? É suportar pessoas e gestos inconvenientes? O egoísmo de uma condição mais confortável significa desprezo pela humanidade? Há motivos para se sentir culpado por causa das dificuldades alheias?
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