CONTOS NORTE-AMERICANOS (2004)
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OBJETO
DE DESEJO
Num país tradicionalmente voltado a uma concepção romântica e heróica de seu destino como os Estados Unidos, quando o sentimento romântico colide com o realismo crítico, o resultado é uma literatura em que o conflito gera a energia de uma arte viva e profunda, em que a controvérsia estimula suas tensões. A ficção dos Estados Unidos é o registro de uma aventura e de um empreendimento na história humana. E, em virtude disto, se prende — a despeito de seus progressos na arte, na sofisticação ou na novidade — à inspiração de seus antepassados e aos propósitos da experiência norte-americana por eles descobertos e definidos no passado. Esta ficção foi, desde o início, peculiarmente ligada às condições da vida e do interesse do povo, tópica em seus valores e contemporânea em seu apelo. Seu meio originário de divulgação foi o jornal, a revista, o periódico familiar, nos quais era veículo dos problemas comuns do povo, nunca perdendo inteiramente esta qualidade. E enquanto avançava este movimento social, desenvolvia-se também a tendência para a análise psicológica e moral, com seu eixo fixado na experiência do indivíduo, e com sua ênfase nas formas experimentais de expressão artística. Em meio a uma “indústria do conto”, que trabalha com todos os característicos da produção em série, de acordo com receitas previamente experimentadas e vitoriosas, se desenvolve a verdadeira literatura norte-americana, fundamentada no conflito básico da literatura ocidental: o conflito entre homem e sociedade. Os romancistas norte-americanos de maior amplitude são exatamente aqueles que tomaram a si as maiores responsabilidades, no trato deste problema.
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