Competição, aperfeiçoamento, sucesso; idéias que povoam o pensamento de dez entre dez empresários e executivos. Em As leis do poder, elas foram pinçadas do vocabulário utilizado pelo cientista inglês Charles Darwin em sua Teoria da Evolução por Seleção Natural, publicada em meados do século XIX. Mas o assunto ainda são os negócios.
A ciência explica como e por que o mundo funciona. Os paralelos entre seus fundamentos e as formas de organização dos mercados e sistemas de produção e gerenciamento contemporâneos são o material de estudo do britânico Richard Koch. Em As leis do poder ele recorre à enciclopédia científica para discutir o universo dos negócios e tira uma série de conclusões que incrementam chances de sucesso. "Ao tentar compreender e estudar as coisas, nós as fragmentamos, mas tudo o que fazemos é vislumbrar, de diferentes ângulos, os mesmos princípios universais."
A leitura de As leis do poder é uma oportunidade de homens de negócios e analistas compreenderem as leis naturais sob seu próprio prisma e de revisitarem seus conceitos de mercado com base neste saber universal. Com o auxílio de pesquisadores, Koch analisou mais de mil teorias e princípios científicos antes de selecionar a lista das 93 leis do poder. Nas explicações sobre cada uma delas, o autor inclui sua história e desenvolvimento, repassando quatro séculos de evolução da ciência. Os capítulos se encerram com uma lista de implicações práticas no mundo dos negócios.
O ponto de partida do livro são as Leis de Newton sobre movimento e gravidade, fundadoras da ciência moderna no século XVII. Dotado de uma visão mecânica e racional, Isaac Newton considerou o universo como um sistema lógico em que tudo pode ser reduzido a elementos básicos. "Deus foi relegado ao papel de sábio relojoeiro." A possibilidade sugerida pela ciência moderna de o homem controlar a natureza levou a um desenvolvimento vertiginoso da indústria, das novas tecnologias, das formas de organização social.
No início do século XX, a objetividade newtoniana, fundamental para o desenvolvimento da ciência até então, passou a ser questionada. O mundo já não se enxergava tão bem ordenado sob o prisma da Teoria da Relatividade, de Albert Einstein, ou da física quântica. E, algumas décadas mais tarde, tal fosso se aprofundaria ainda mais com a descoberta dos sistemas não lineares de pensamento. "A nova ciência nos explica que a maioria dos negócios é não linear e imprevisível, mas que cada um dos diferentes ramos dos negócios segue padrões discerníveis e distintos."
Mas, mesmo já se sabendo que o universo não é passível de controle absoluto, o autor lembra que um legado da ciência moderna é essencial: é importante tentar controlá-lo. "Os homens de negócios ainda vivem no mundo newtoniano. Isso não é ruim."