Contos e cronicas

Autor: Humberto de Campos
Editora: Tinta Negra

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Sinopse

Em suas crônicas e contos, elegante na forma e adoravelmente cínico no conteúdo, Campos produziu alguns dos textos mais provocativos do início do século XX.“(...) – A esposa, agora entregue a si mesma, continuava a tomar morfina, absorvendo doses espantosas. Uma tarde, achando-se em casa, encheu a seringa, e meteu a agulha na parte anterior da coxa. Apertou o sifão. O líquido desapareceu da agulha. No mesmo instante, porém, a pobre rapariga soltou um grito. Uma nódoa vermelha surgira-lhe diante dos olhos. E essa nódoa se transformou em chamas, em labaredas enormes, que a envolviam como se a tivessem precipitado numa fogueira. Um calor intenso, infernal, subia-lhe pelo corpo todo, e tudo era vermelho, tudo era fogo ante os seus olhos horrivelmente abertos. As mãos na cabeça, o pavor estampado na face, a infeliz gritou para a criada, que lhe fazia companhia: “Chamem meu marido, que eu estou morrendo!”. Dizia, aos gritos, que estava sendo queimada viva, e rasgava as roupas, correndo pela casa, batendo- se nos móveis, pois que se achava completamente cega, não vendo senão línguas de fogo, chamas que se enroscavam no seu corpo, em furiosos turbilhões. Quando o ex-marido chegou, encontrou-a totalmente nua, o sangue a correr-lhe da testa. E descobriu, logo, a origem daquela crise: a agulha alcançara a artéria, entrando a morfina, diretamente, na circulação... Daí a sensação de incêndio dentro do qual se debatia, e a impressão de labaredas que a envolvessem e as tivesse diante dos olhos... Não podendo detê-la sozinho, chamou o ex-esposo dois empregados do prédio, que a subjugaram, e a amarraram, inteiramente despida, na cama, a fim de receber a única medicação aconselhável no caso, e evitar que se mutilasse na fúria com que se atirava pelo chão, pelos armários, pelas paredes... (...)”

Dados

Título: Contos E Cronicas

ISBN: 9788563876577

Idioma: Português

Encadernação: Brochura

Formato: 14 x 21

Páginas: 252

Ano de edição: 2014

Edição:

Participantes

Autor: Humberto de Campos

Organizador: Aline Haluch

Autor

HUMBERTO DE CAMPOS

Humberto de Campos Veras nasceu em Miritiba (hoje batizado Humberto de Campos), no Maranhão, em 25 de outubro de 1886. Foi jornalista, crítico, contista e memorialista. Com a morte do pai, aos seis anos, mudou-se para São Luís. De infância pobre, desde cedo começou a trabalhar no comércio como meio de subsistência. Aos 17 anos muda-se para o Pará, onde conseguiu um lugar de colaborador e redator na Folha do Norte e, pouco depois, na Província do Pará. Em 1910 publicou seu primeiro livro, a coletânea de versos intitulada Poeira, primeira série. Em 1912 transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi redator do jornal O Imparcial. Em 1923, substituiu Múcio Leão na coluna de crítica do Correio da Manhã. Humberto de Campo foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 30 de outubro de 1919 e, em 1920, já acadêmico, foi eleito deputado federal pelo Maranhão. Em 1933, com a saúde já debilitada, publicou o livro que se tornou o mais célebre de sua obra, Memórias (1886-1900), crônicas das suas lembranças de infância e juventude. O seu Diário secreto, de publicação póstuma, provocou grande escândalo pela irreverência e malícia. Autodidata, Humberto de Campos foi um poeta neoparnasiano. Poeira é um dos últimos livros da escola parnasiana no Brasil. Faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 5 de dezembro de 1934.