Stalin: história e crítica de uma lenda infame

Autor: Domenico Losurdo
Editora: DA VINCI

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Sinopse

Monstro sanguinário, sádico e paranoico, irmão gêmeo de Hitler, líder militar inepto, arquiteto do culto à personalidade, provinciano medíocre, antissemita, coveiro do socialismo. À direita e à esquerda, são muitos os adjetivos desabonadores convocados para definir Josef Stalin, figura central da experiência soviética por três décadas. Mas nem sempre foi assim, lembra Domenico Losurdo nesse livro notável que, afastando-se das simplificações grosseiras da historiografia liberal, da ideologia da Guerra Fria, das narrativas do Relatório Secreto de Khrushchev e também da literatura apologética, retira Stalin do terreno da mitologia para devolvê-lo ao da história.O autor não é alheio aos riscos de uma abordagem incomum como essa. Na disputa pela memória, termos como stalinismo e totalitarismo transformaram-se em armadilhas discursivas: em vez de abrirem espaço para o debate, interditam-no de maneira inapelável. A busca pela análise do contexto ou por qualquer consideração que leve em conta cenários, forças em jogo e evidências documentais desse período histórico passam a ser a corroboração de um lado, necessariamente maligno. Largamente utilizada após a Segunda Guerra como arma de propaganda para aproximar socialismo e fascismo, a demonização de Stalin cumpre uma função política definida.Para questionar essa perspectiva, Losurdo enfrenta as principais acusações contra Stalin. Sem negar a repressão política, o terror dos anos 1930 que vitimou a liderança bolchevique e a existência dos gulags, Losurdo contextualiza as decisões do líder soviético — das mais estratégicas às mais brutais: um país economicamente atrasado com o desafio inédito de construir um Estado socialista, sitiado por potências hostis, sobrevivendo a invasões estrangeiras e a uma guerra civil, com disputas intestinas no Partido Comunista e tendo que enfrentar a guerra de aniquilamento e escravização empreendida pela Alemanha nazista.A análise de Losurdo também busca desvendar os mecanismos ideológicos que reduzem uma experiência histórica complexa ao espectro de um “monstro”. O autor se debruça sobre cada uma dessas versões hoje aceitas sobre Stalin para demonstrar sua fragilidade, como a atuação na guerra, a ausência de uma visão econômica e de Estado, a invenção do culto à personalidade, o antissemitismo. Afinal, como um líder tão incapaz e até patético seria capaz de derrotar o nazismo? Ou de transformar seu país em uma potência econômica em vinte anos? Como, sendo tão obtuso, poderia ter dado relevo à questão das nacionalidades? E como conseguiria tudo isso sem consenso interno, apenas tiranizando milhões de pessoas por décadas?Antes de defender um homem, Losurdo nos desafia a confrontar as narrativas que transformam experiências coletivas em fábulas morais, onde a complexidade dá lugar a mitos que têm uma mensagem clara: não há alternativa ou qualquer alternativa é um mar de sangue e tem como destino a tragédia. Assim, Stalin nada mais seria do que a encarnação perfeita, o executor símbolo de algo que necessariamente leva à ruina: o socialismo, ou, em outros termos, o pensamento de Marx.A historiografia liberal, obcecada em equiparar socialismo e fascismo sob o manto do frágil conceito de totalitarismo, apaga séculos de colonialismo, escravidão, racismo e genocídios legitimados pelo liberalismo com o recurso ao mito do “monstro”. Losurdo, frequentemente taxado de “stalinista”, não se nega a identificar esse expediente. Na melhor tradição crítica, esta é uma obra imprescindível para entender o século XX e desconstruir os fantasmas de um passado que vive a nos assombrar.

Dados

Título: Stalin: História E Crítica De Uma Lenda Infame

ISBN: 9786584972100

Idioma: Português

Encadernação: Brochura

Formato: 16 x 23 x 2,5

Páginas: 456

Ano de edição: 2025

Edição:

Participantes

Autor: Domenico Losurdo

Tradutor: Mauricio Santana Dias

Autor

MAURICIO SANTANA DIAS

Maurício Santana Dias é doutor em Teoria Literária e professor de Literatura Italiana e Estudos da Tradução na USP. Em 2008, recebeu o Prêmio Paulo Rónai da Fundação Biblioteca Nacional pela tradução de 40 novelas de Luigi Pirandello e, em 2010, obteve o Prêmio Jabuti (3º lugar) pela tradução de Trabalhar cansa, de Cesare Pavese.