Home › Livros › Literatura e Ficção › Poesia Brasileira
Autor: Cruz e Sousa
Editora: Assirio e Alvim Br
PREVISÃO DE POSTAGEM: Até 20 dias úteis.
Não consta quantidade deste produto em nossos estoques.
Para obtê-lo, este terá que ser adquirido junto a nossos fornecedores mediante checagem prévia de disponibilidade.
R$ 249,00
em até 3x sem juros
A poesia reunida de Cruz e Sousa coloca sob a luz contemporânea o principal expoente do Simbolismo brasileiro, vértice da literatura hoje considerada “negra”, isto é, feita por poetas negros e que trata de sua condição na sociedade, com introdução e organização do poeta e dramaturgo Marcelo Ariel.Traz na íntegra seus livros, a partir de Missal e Broquéis, publicados em 1893, seus poemas iniciais, inclusive Julieta dos Santos (1883) – pouco conhecido, escrito em homenagem à atriz mirim em cuja companhia dramática ele trabalhou – e as obras deixadas por ele inéditas: Poemas Cambiantes e Campesinas.Cruz e Sousa nasceu em 24 de novembro de 1861, filho de escravos alforriados. Teve acesso à educação formal graças ao apadrinhamento do ex-“dono” de sua mãe, Guilherme Xavier de Sousa, militar condecorado na Guerra do Paraguai, seu padrinho, de quem, conforme o uso da época, ficou com o sobrenome, como uma marca. Durante toda a sua vida, sofreu com o preconceito racial e lutou contra a escravidão e o racismo.Para sobreviver, trabalhou na Companhia Dramática Julieta dos Santos e, mais tarde, na Estrada de Ferro Central do Brasil, quando contraiu tuberculose, que o levou à morte em 19 de março de 1898. Era casado, tinha quatro filhos e 36 anos de idade.Seu corpo, levado de Minas Gerais para o Rio de Janeiro num vagão de carga utilizado para o transporte de animais, foi sepultado com ajuda financeira de José do Patrocínio, com quem o poeta chegou a colaborar, escrevendo para o seu jornal, de cunho abolicionista.A obra de Cruz e Sousa sempre foi considerada como clássica, dentro da corrente do chamado Simbolismo, cujos elementos são o rigor da forma, o uso da sinestesia (figura de linguagem que recorre a outros sentidos, isto, a visão, o tato e o olfato), a presença do misticismo e o pessimismo.Sua importância, porém, vai muito além da forma: está na complexidade de sua poesia, cujos temas frequentes são a angústia, a pobreza, a morte e o preconceito racial, tema ainda presente e dos mais relevantes na sociedade contemporânea.“Uma das características que podemos ressaltar da leitura das poesia de Cruz e Sousa seria a do hibridismo cultural, presente em seus versos, certamente derivado da transfiguração de suas leituras”, escreve Ariel, na introdução. “Cruz e Sousa antecipou o uso do conceito de antropofagia de Oswald e Mário de Andrade, um uso lírico-erótico como aponta Paulo Leminski em seu ensaio biográfico: ‘Cruz é a classe dominada que quer comer a classe dominante”, escreveu. “Por isso, fantasia com ela, como fêmea.’”Lembra Leminski que Cruz e Sousa foi o primeiro a usar o termo “tropicalismo” – e também a levantar, em verso, a discussão sobre a condição do negro no Brasil.
Título: Cruz E Sousa: Poesia Reunida
ISBN: 9786584832299
Idioma: Português
Encadernação: Brochura
Formato: 15,7 x 23
Páginas:
Ano copyright:
Coleção:
Ano de edição: 2025
Edição: 1ª
Região:
Idioma:
Legenda:
País de produção:
Formato de tela:
Áudio Original:
Tempo de Duração:
Quantidade de discos:
Selo:
Código:
Cruz e Sousa, poeta catarinense, negro, nascido filho de escravos, educado pela branca senhora Dona Clara, esposa do Marechal Xavier de Sousa, de quem herda o sobrenome, coisa comum na época para os escravos. João da Cruz e Sousa nasceu em 24 de novembro de 1861, na cidade de Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis). Filho dos escravos alforriados Guilherme da Cruz e Carolina Eva da Conceição, trazia nas artérias sangue sem mescla da África. Depois de uma vida de misérias, doenças e humilhações, morreu em 19 de março de 1898, na cidade de Sítio, Minas, para onde fora transportado às pressas, vencido pela tuberculose e em busca de melhores ares. Em sua rápida vida de somente trinta e seis anos, percorreu todo um ciclo de experiências de grande sofrimento: loucura da mulher, morte dos filhos, indiferença da crítica e dos outros escritores e poetas. Cruz e Sousa foi o verdadeiro poeta canibal, antecipando e muito Oswald de Andrade, os manifestos modernistas e as inquietações e estranhamentos da poesia do século XX. Leu, converteu, transformou diferenças e variedades, abrasileirou franceses, influenciou latino-americanos e continua até hoje a nos surpreender. Assimilou o que quis dos poetas que leu, deglutiu-os e vomitou-os em poemas fantásticos revirginados de seus precursores reencontrando toda uma família de espíritos, uma verdadeira confraria, a dos escritores de fantasia! Foi um verdadeiro poeta moderno com todas as conotações da palavra em cada época. Como Baudelaire, na França, Cruz e Sousa, no Brasil, foi o introdutor da modernidade.