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"O rei levou o alarma à cidade. Os lestrigões acorreram,destemidos, de todas as partes. Eram milhares.De homens eles não tinham nada. EramGigantes [...]. Tumulto sobe das naus, aterrador.Gritos de morte. Estalos de tábuas. Rachamao soco de rochas. Os canibais fisgam meus homense os destinam à ceia como peixes. No decorrerda matança no interior da baía, puxei da espadacortante, presa à coxa, parti as amarras queprendiam minha nau escura. Meus homensreceberam ordens de se porem aos remos, forçarequeria a fuga da morte. Meu navio escapou dasaraivada de rochas. Em mar alto jubilei. Os outrosnão tiveram a mesma sorte. Pereceram todos. Decoração pesado, distanciamo-nos da terra fatídica,felizes por estarmos vivos, triste pelos mortos. (Trecho do canto 10) Surgida no século IX a.C., a Odisseia é considerada, isoladamente, a obra mais importante da literatura ocidental. Mãe, com a Ilíada, de todas as narrativas, fundadora da arte de contar histórias, inventora do herói errante, na sua riqueza beberam os mais renomados escritores. Em seus 24 cantos – que na Grécia antiga eram declamados de memória por aedos, que os transmitiam de forma oral –, conta as histórias e aventuras de Odisseu (em latim, Ulisses), após sua participação na Guerra de Troia, na atual Turquia, e as peripécias por que passou ao voltar para casa, na ilha grega de Ítaca, para junto da mulher e do filho. A primeira parte da epopeia (cantos I a IV) relata a busca de Telêmaco pelo pai, Odisseu, enquanto este vive uma série de aventuras fabulosas pelo caminho, enfrenta inimigos, encontra feiticeiros, ninfas e conhece diversos lugares. A segunda parte da narrativa (cantos V a XII) concentra-se no relato do próprio herói, que conta as próprias desventuras. Ele e seus homens vencem o ciclope Polifemo, visitam o Hades, o mundo subterrâneo, e sobrevivem ao traiçoeiro canto das sereias, entre vários outros perigos. Na terceira e última parte (cantos XIII a XXIV), Odisseu retira-se da corte do rei Alcínoo, em Esquéria, e, com o auxílio da deusa Palas Atena, chega a Ítaca. Agora ele terá de derrotar os pretendentes que o creem morto e que cobiçam Penélope – sua mulher – e seus bens.Homero, a quem se atribui a Ilíada e a Odisseia, teria nascido perto de Esmirna, no século IX a.C. Pouco se sabe sobre ele. Teria dirigido uma escola de retórica e em seguida viajado por todo o mundo mediterrâneo. Acredita-se que seu falecimento ocorreu na ilha de Ios. Donaldo Schüler, um dos maiores helenistas e tradutores brasileiros, ao verter a obra homérica do original grego para o português, logrou o êxito de manter a sonoridade original, aliando as falas à linguagem coloquial.A questão homérica, uma das maiores discussões literárias do fim do século XVII, pôs em dúvida a existência de um único poeta para as duas epopeias ou mesmo para cada uma delas, indo até a ideia de “obras anônimas da criatividade popular”. Os progressos arqueológicos, históricos e linguísticos permitiram rejeitar a tese de que a Ilíada e a Odisseia fossem fruto apenas da criação popular do gênio grego, e hoje se vê reforçada a ideia de que Homero partiu de elementos da tradição oral, organizando-os, dando-lhes forma final e complexificando as estratégias narrativas, numa maestria que vem fascinando leitores há milênios."
Título: Odisseia
ISBN: 9788525439024
Idioma: Português
Encadernação: Brochura
Formato: 14 x 21 x 2,7
Páginas: 456
Ano copyright: 2007
Coleção:
Ano de edição: 2021
Edição: 1ª
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Donaldo Schüler é Doutor em Letras e livre-docente pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde foi professor titular de Língua e Literatura Grega. Ganhou o prêmio Jabuti de 2004 pela obra Finnicius Revém, tradução do romance Finnegan’s wake, de James Joyce. Recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) em 2003 pelo mesmo trabalho. Publicou também Refabular Esopo, Finnício Riovém, e a tradução do grego com estudo crítico da peça Édipo rei, de Sófocles.