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Autor: Moacyr Scliar
Editora: Global
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Quando o fantástico se junta ao humor o resultado é no mínimo insólito, surpreendente, inesperado, sobretudo se for o humor judaico levado ao extremo, autopunitivo, a meio caminho entre o desespero e a ironia. Junte-se a isso doses bem controladas de erotismo, de sagrado (e de uma permanente tentação de dessacralização), uma certa jocosidade, e temos os principais ingredientes que compõem a arte do contista Moacyr Scliar. Essa simples mistura, evidentemente, não basta para fazer um bom conto ou agradar o leitor. Isso depende exclusivamente do talento do autor, da perícia com que controla a técnica do conto, de sua visão maliciosa do mundo, da eleição dos temas, de uma certa impiedade com que trata as personagens, em contraste com a sua piedade pela condição humana.A contradição é a primeira marca do humano. E o universo de Moacyr Scliar é povoado por seres humanos, atormentados por sentimentos humanos, sejam eles simples mortais, um anão que vive no interior de um aparelho de televisão ou um cadáver, deitado na mesa de um necrotério, que avalia e julga os alunos de medicina que lhe retalham o corpo.Situação insólita mais realismo da descrição e o resultado é a mudança de perspectivas do conto, a sua sedimentação como apólogo ou parábola do mundo moderno.Claro, quando se fala dos dias atuais, a violência, a crueldade do homem para com o semelhante, a exacerbação do sexo, utilizado como elemento de dominação, têm de estar presente.Uma outra grande vertente da ficção de Scliar é a vida dos imigrantes judeus, as dificuldades de adaptação, a persistência em manter hábitos trazidos de sociedades muito diversas que, como observa Regina Zilberman no prefácio, enfocadas com uma mal disfarçada ternura, constituem a forma mais aguda da arte de Scliar "assumir sua própria individualidade e significação".
Título: Moacyr Scliar
ISBN: 9788526000285
Idioma: Português
Encadernação: Brochura
Formato: 14 x 21
Páginas: 272
Ano copyright:
Coleção: Melhores Contos
Ano de edição: 2003
Edição: 6ª
Região:
Idioma:
Legenda:
País de produção:
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Moacyr Jaime Scliar nasceu em Porto Alegre (RS), em 1937. Seus pais eram judeus e migraram da Europa para a América fugindo de perseguições em sua terra natal. A temática do judaísmo esteve presente em grande parte de sua produção literária. Scliar formou-se em Medicina em 1962, com especialização em Saúde Pública. A medicina foi matéria de seu primeiro livro, Histórias de um médico em formação, publicado no mesmo ano em que se formou. As carreiras de médico e de escritor seguiram juntas. Como médico dedicou-se, sobretudo, ao campo da saúde pública, atuando em campanhas voltadas à erradicação da febre amarela e da paralisia infantil, entre outros males que afetavam principalmente a população de baixa renda. Como escritor, além de uma obra que abrange vários gêneros — romance, conto, ensaio, crônica, ficção infanto-juvenil — foi colunista dos jornais Zero Hora e Folha de São Paulo. Tem textos adaptados para teatro, cinema, televisão e rádio e seus livros foram publicados em vários países. Eleito para a Academia Brasileira de Letras em 2003, Scliar recebeu diversos prêmios literários, entre eles: Prêmio Erico Verissimo, três Prêmios Jabuti, Prêmio Associação Paulista dos Críticos de Arte, e o Casa de las Americas. Alguns de seus livros: Sonhos Tropicais (1993), A Mulher que Escreveu a Bíblia (2000) e Manual da Paixão Solitária (2009). Moacyr Scliar faleceu em 2011, após complicações decorrentes de um AVC.