A ence aos 50 anos: um olhar sobre o rio de janeiro

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Sinopse

Porque o Rio de Janeiro como objeto de atenção do livro? De alguma forma, ainda com resquícios e veleidades de antiga capital federal, o Rio de Janeiro pensa mais o Brasil do que olha o próprio umbigo. Afinal, o Rio de Janeiro foi a capital do País por dois séculos, sendo depois transformada numa cidade-estado e, posteriormente, na capital do estado. Claro que existem no estado e no município instituições que incluem entre as suas atividades a função de analisar informações, mas não contam com o corpo de pesquisadores do porte do da ENCE e demais áreas do IBGE e, principalmente, não têm a proximidade com o processo de produção dos dados e nem o tempo disponível para tal reflexão, já que o ritmo e o escopo do seu trabalho têm outro caráter. Notando esta lacuna, o Mestrado da ENCE, por sugestão da sua então coordenadora, Profa. Jane Souto, tinha optado por privilegiar análises que enfocassem o Rio de Janeiro (Estado e Município). Várias das dissertações defendidas na escola nos últimos anos têm apresentado este recorte geográfico, a começar pela primeira - Pescadores do Município de Itaguaí e Mangaratiba, 1970-1999: estudo demográfico de uma atividade econômica tradicional. Outras se seguiram ainda com o mesmo recorte geográfico abordando temas como pobreza, dinâmica migratória, disponibilidade de água, mercado de trabalho e gestão ambiental. Não como foi dito no começo do século passado “O Brasil é o Rio de Janeiro e o Rio de Janeiro é a Rua do Ouvidor”, ou mais tarde, em 1994, pelo então candidato Fernando Henrique, “O Rio de Janeiro é o Farol do Brasil”, mas o Rio tem sido o arauto de vários comportamentos demográficos que mais tarde foram estendidos ou estão se estendendo para o Brasil como um todo: a queda da fecundidade abaixo do nível de reposição, o aumento da mortalidade por causas externas entre os adultos jovens, primeiro do sexo masculino e depois do feminino, o envelhecimento das famílias e da população etc. Tem sido, também, palco de várias manifestações que se alastraram para o resto do País (mesmo depois de deixar de ser a capital federal): não foi esta a primeira cidade ocupada pelos militares de 1964? Não foi aqui que as passeatas de estudantes, em 68, balançaram o estável barco da ditadura militar? Não foi aqui que aconteceram as maiores manifestações pelas diretas-já? Não foi daqui que a bossa-nova se lançou para o mundo? A idéia desta publicação utilizando os dados disponíveis no IBGE, inclusive o último Censo Demográfico, o de 2000, nasceu como parte das comemorações do cinqüentenário da escola. Levou mais tempo do que esperávamos, mas a espera valeu a pena.

Participantes

Autor: Antonio Carlos Alkmin | Arnaldo Lyrio Barreto | Carmen Aparecida do Valle Costa Feijo | Cesar Ajara | Debora Santana Oliveira | Denise Ghichard Freire | Jane Maria Pereira Souto de Oliveira | Jose Eustaquio Diniz Alves | Kaizo Iwakami Beltrao | Lavinia Davis Rangel Pessanha | Luisa Maria la Croix | Maria Salet Ferreira Novellino | Neide Lopes Patarra | Paulo de Martino Jannuzzi | Paulo Gonzaga Mibielli de Carvalho | Rosa Maria Porcaro | Simone da Silva Figueiredo | Suzana Marta Cavenaghi