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Do lançamento de sua pedra fundamental, em 1506, ao acabamento de seus últimos adornos, em 1667, a Basílica de São Pedro, no Vaticano, foi um pesadelo financeiro e um atoleiro administrativo. A realização do sonho do papa Nicolau V, que desejava erguer um templo que fosse o mais glorioso já realizado pelo homem, quase destruiu a Igreja Católica ao longo de 30 papados, marcados por conspirações, assassinatos, guerras, desvarios megalômanos e lutas por poder e prestígio. Esta é a história contada pela escritora americana R. A. Scotti no livro Basílica: esplendor e escândalo da construção de São Pedro. Na obra, a autora mostra como a mais significativa de todas as igrejas do mundo consumiu 2 milhões de toneladas de pedras, convertidas em arte por artistas inigualáveis, como Rafael, Michelangelo, Bramante e Bernini, que dedicaram boa parte de suas vidas à construção do templo. A obra abrangeu dois importantes estilos da História da arte ocidental: o Renascimento o Barroco. Entre os papas que estiveram à frente da empreitada, Scotti identifica almas boas e outras não tão bem intencionadas assim. Júlio II, por exemplo, excomungou uma cidade inteira, Bolonha, dos recém-nascidos aos anciãos. Alexandre VI viveu em franco adultério e desperdiçou a fortuna da Igreja com sua prole devassa. Inocêncio X foi tão malquisto que seu cadáver permaneceu abandonado por três dias sobre um telheiro para lenha. E Leão X tinha anões para distraí-lo com momices obscenas, além de ter participado de jantares em que toda a baixela de ouro era descartada ao final, para poupar os empregados do trabalho de limpá-la. Ele esbanjou tanto dinheiro que secou os cofres do Vaticano. Para continuar bancando suas extravagâncias e a construção da basílica, passou a vender mitras cardinalícias, cargos venais e indulgências.Tantos absurdos contrastavam com os ensinamentos cristãos e com a pobreza da população, o que motivou Martinho Lutero a encampar a Reforma Protestante, cisão da Igreja que ameaçava destruir a instituição. A basílica também esteve no centro dos acontecimentos que levaram ao Saque de Roma, em 1527, quando bárbaros jogaram bola com o crânio profanado de São Pedro, destruíram dois terços das construções da cidade e mataram entre seis e 20 mil romanos. A longa obra também testemunhou a Nova Inquisição e a condenação de Galileu.O livro também oferece numerosos detalhes sobre o aspecto artístico da construção, cujo projeto arquitetônico foi modificado quase toda vez que o arquiteto responsável morria e era substituído por outro. Naquela época, ser arquiteto era ser artista. E ser artista, muitas vezes, era ser pintor, escultor, poeta, talhador de pedras, administrador e cobrador ao mesmo tempo. Por esse motivo, é encantador descobrir o significado dos afrescos da basílica e sua relação com a construção. Há também, no entanto, curiosidades revoltantes, como o fato de que os alicerces do templo foram assentados à custa da pilhagem de outros marcos históricos, como o Coliseu, o Foro Romano, a Via Sacra e o Panteão. Além disso, para que a basílica fosse erguida, foi preciso destruir a que Constantino havia construído no mesmo lugar, a despeito de suas paredes guardarem a história da Igreja e os túmulos de dezenas de santos e mártires. Como escreve a autora, “Se não é a maior história de todos os tempos, a criação da Basílica de São Pedro é o epílogo dessa história.”
Título: Basilica de sao pedro: esplendor e escandalo na construçao da catedral do vaticano
ISBN: 9788520919828
Idioma: Português
Encadernação: Brochura
Formato: 16 x 23
Páginas: 332
Ano copyright: 2006
Coleção:
Ano de edição: 2007
Edição: 1ª
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