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Autor: Lima Barreto
Editora: Global
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Lima Barreto gostava de publicar as suas crônicas em jornais e revistas de pequena circulação, obscuros, aos quais ninguém dá importância, como ele mesmo confessou. O que hoje chamaríamos de imprensa alternativa. A palavra, aliás – encarada como uma espécie de estigma, de marginalidade –, se ajusta bem à vida e à obra do próprio escritor, que detestava a grande imprensa, da mesma forma que abominava a alta sociedade e os poderosos do mundo. Revoltado, amargo, reclamando de tudo, dominado pelo sentimento de autodestruição, mantinha porém no fundo uma certa pureza de criança mimada, magoada e desiludida com a brutalidade da vida.As suas crônicas, a maioria delas escrita no período de 1918 a 1922, expõem com força esses sentimentos, não raras vezes expressos num tom panfletário, de crítica violenta às instituições políticas e sociais (nossa vilã e ávida sociedade burguesa, escreveu), sátira aos costumes e identificação com o povo. Com o tempo, aumentam a prevenção contra a burguesia e a identificação com o povo, ou pelo menos com um conjunto de sentimentos e comportamentos, idealizados ou não, que atribuía ao povo. Desta posição pessoal vem a sua simpatia pelos movimentos de reivindicação da classe operária e por acontecimentos históricos como a Revolução Russa de 1917.Com muito mais força e indignação, ele trata de um problema que o atingia pessoalmente, o preconceito racial, mais aprofundado em sua obra de ficção. Afastando-se do gosto dominante da época, onde predomina um certo artificialismo de expressão, Lima Barreto escreve as suas crônicas em tom de conversa familiar. A linguagem pode ser acusada de frouxa, o estilo descuidado. Mas essas pequenas deficiências são resgatadas por uma intensidade de vida, raras em sua época. Talvez por isso continuem tão vivas.
Título: Lima Barreto
ISBN: 9788526009905
Idioma: Português
Encadernação: Brochura
Formato: 14 x 21
Páginas: 304
Ano copyright: 2005
Coleção: Melhores Cronicas
Ano de edição: 2005
Edição: 1ª
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Beatriz Resende (Rio de Janeiro, 1948) é crítica literária, professora e pesquisadora, com olhar atento à produção literária contemporânea. É também da geração pioneira que estudou Lima Barreto na universidade. Doutora em literatura comparada, fez estágio de pós-doutorado no Museu Nacional/UFRJ e é professora titular da faculdade de letras na UFRJ. Publicou, entre outros, Lima Barreto e o Rio de Janeiro em fragmentos (2016), Lima Barreto: cronista do Rio (2017), Poéticas do contemporâneo (2016), Sobre Lima Barreto (2017) e Impressões de leitura e outros textos críticos (2017). Organizou as reedições de Numa e a Ninfa e Bruzundangas, ambos de Lima Barreto (2017).