O imenso calor que toma conta das ruas e parques de Nova York contagia Heller Highland, dezesseis anos, um garoto que passa boa parte do dia correndo pela cidade de bicicleta para entregar mensagens que anunciam grandes perdas para pessoas que ele nunca viu antes. Heller possui um dom especial para a delicada tarefa. Aqueles a quem entrega as notícias de desastres ou mortes sempre procuram a agência de mensagens personalizadas onde o garoto trabalha, para dizer o quanto apreciaram seu comportamento amável enquanto eles assimilavam as más notícias.

A agência prefere que seus empregados trabalhem usando patins, mas Heller insiste na bicicleta, pois aproveita e treina para uma grande competição, sonho acalentado há anos. Como pedala muito acelerado, acaba passando uma imagem de rebelde e sempre arranja confusão com um dos policiais da cidade.

Heller logo conquista o leitor ao cruzar uma Nova York abafada, em um dos verões mais quentes da história da cidade. Os prédios parecem sair do papel, assim como as pessoas que o jovem encontra enquanto corta a vizinhança com sua bicicleta e suas notícias tristes. Só que a amizade com um imigrante turco se transforma em tragédia. Este acontecimento, aliás, será um dos pontos decisivos do verão de Heller, um verão onde definitivamente ele não será mais um simples adolescente.

Leitura saborosa e recompensadora, A cidade em chamas é o primeiro romance que Ariel Dorfman escreve ao lado do filho Joaquín. A cidade em chamas faz parte da Coleção Azul Radical, que aborda assuntos comportamentais, pontuados por irreverência, questionamento, humor e dramaticidade. Bate coração, de Gustavo Reiz, De punhos cerrados, de Pedro Bandeira, o Dicionário O pequeno rebelde, de Claudine Desmarteau, e A história de Dani-boy, de Alberto Alecrim são os outros títulos da coleção.