Numa série de entrevistas, Angela Y. Davis analisa as políticas e práticas de tortura americanas, que foram destaque em todo o mundo desde o escândalo do presídio de Abu Ghraib, em abril de 2004.

Desde então, um debate tem chamado atenção: as ações adotadas pela maior democracia do mundo, os Estados Unidos, são justificáveis?

Foi neste contexto que Davis, uma das mais notáveis ativistas políticas americanas, concedeu estas entrevistas. Elas visam à discussão da resistência, das leis, da coerção sexual nas prisões, e das próprias instituições. Além disso, ela relata suas experiências como detenta e como inimiga do Estado que teve seu nome na lista das pessoas mais procuradas pelo FBI. Fala também do papel crucial que desempenhou no seu caso e no de diversos outros presos.

Ao longo dos depoimentos, Davis retorna à crítica a uma democracia comprometida pelas suas instituições e origens racistas. Discutindo as mais recentes revelações sobre a "cadeia de comando" americana, e os relatórios formais pela Cruz Vermelha e a Human Rights Watch, ela denuncia a violação dos direitos humanos e as leis de guerra em Guantánamo, no Afeganistão e no Iraque.