A folha como véu, de Luiz Fernando Medeiros de Carvalho, empreende leitura analítico-crítica de um dos mais importantes poetas brasileiros da atualidade, Armando Freitas Filho. Enfrenta pois o desafio de ocupar-se com obra que, embora consolidada e possuidora de extensa fortuna crítica, encontra-se em pleno desenvolvimento, tratando-se portanto de objeto por definição um tanto fluido e de apreensão, por conseguinte, problemática.

O título “A folha como véu” antes de tudo sugere “cobrir com amor a distância inconquistável”. O véu é desejo de aproximação e estreitamento. E os poemas comemoram essa experiência. Cada página como um desvelamento. Como se cada página fosse um novo olhar sobre o corpo. Dissecado e contemplado na obra inteira de Armando Freitas Filho. Poesia como modalidade de acompanhar a passagem do corpo sobre a terra e de oferecer roteiros de viagem. Ler este livro acena para uma viagem pela escrita de um poeta que se reconhece perto do fogo. No risco de se consumir ao dizer a palavra criativa.

Seguir viagem como leitor que acompanha de perto a experiência do ensaio e confere as suas impressões de leitura.