Imperdível!
Alcir Santos de Oliveira
Eis aqui uma distopia que nos toca diretamente. Mas primeiro é preciso levar em conta que o livro foi escrito em 1910. Pois bem, hoje a desertificação de grandes áreas da terra é uma realidade conhecida. Em muitos cantos do planeta pessoas se digladiam na disputa pela água, inclusive aqui no Brasil onde, em algumas áreas do Nordeste, a situação é aflitiva. Portanto, para nós, habitantes do século XXI a perspectiva do fim da humanidade não é somente um exercício de futurologia. Agora, imaginem alguém conceber, nos primórdios do século XX, uma história em que, no planeta deserto só restam alguns poucos humanos, vivendo em oásis, amparados por equipamentos moderníssimos e alta tecnologia. Mas, de que adianta. Todos estão a mercê de dois tipos de eventos: descoberta e preservação de fontes e mananciais de águas e os tremores de terra que se sucedem levando os restos de água e tornando o planeta mais inabitável. Em tais circunstâncias, a vida deixa de ter sentido. Tanto assim que, no rígido sistema de controle populacional, as pessoas torcem pela hora do suicídio assistido.
Enfim. O texto trata da vitória final da Terra, este ser vivo que nos acolhe, tolera e alimenta, sobre o pior de todos os predadores que por aqui passaram: os homens.
Uma leitura instigante e valiosa.
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