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OBJETO
DE DESEJO
Na oscilação de luzes e sombras, fragmentos de sujeitos anônimos vagueiam aturdidos nas malhas da pós-modernidade. Quatro peças e quatro contos nos levam a um universo em que reinam idéias de neutralidade, objetividade e individualismo, propagadas pela tecnociência e pelo mercado. Na falta de mistério, tudo se presta à manipulação e ao consumo. Os dias se alongam em repetições infindáveis, gestos previsíveis, cadeia incessante de sentidos pré-estabelecidos.
Automatismo e assombro se intercalam; marcam a aparição e desaparição subjetiva em uma temporalidade que não se mede com o relógio, mas com a existência. Em contraposição à fixidez derivada dessa "claridade ofuscante", que se apodera e dilata os dias, a autora propõe o "cultivo de sombras e dúvidas" no retiro da noite. Segundo ela, "lugar possível e paradoxal de uma verdade".
Essa temática e os recursos estilísticos de vozes, que falam num espaço quase abstrato, inscrevem a obra de Vasconcellos na tradição de autores para os quais o drama da expressão materializa as inquietações humanas. É o caso de Beckett, Kafka e, mais recentemente, Juliano Garcia Pessanha (cuja trilogia, iniciada com A Sabedoria do Nunca, foi publicada pela Ateliê). Se não usa maiúsculas, por exemplo, é “para respeitar o fluxo das palavras, sem privilegiar nenhuma idéia ou conceito”, diz ela.
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