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OBJETO
DE DESEJO
Oleg Porovich. Dono de uma fortuna que o coloca no topo das
listas dos mais ricos do mundo, poucos conhecerão o seu nome,
mas é ele o mordomo do Kremlin que chega a Portugal com uma
missão mais importante do que os milhões que os seus negócios
fazem mexer. A extrema-direita que varre a Europa, minando os
princípios da democracia e deixando expostos a interferência
externa governos e cidadãos, é a sua mais bela criação. Agora, a
sombra do oligarca e do seu senhor alastram também a Portugal.
«Numa viagem de comboio, o tempo passa de forma diferente.»
Marcelo Silva, jornalista envolvido nas investigações de vários
crimes de colarinho branco que fizeram parar o país, olha pela
janela do comboio como quem olha pela janela do desencanto.
Para quê tudo aquilo, afinal, se o que agora lhe resta é a
inquietação frente àqueles que afrontou, o fantasma do
envelhecimento que o surpreende e a melancolia de um futuro
despojado que o atraiçoa? Estranha forma de vida, a sua e a do
seu país.
Uma mulher desaparecida e um antigo administrador da TAP assassinado, pescadores ilegais da Trafaria que não
conhecem outra vida e ministros sem pátria que recebem malas de dinheiro em quartos de hotel, o líder de um
partido populista que é na verdade um fantoche na mão do oligarca – Marcelo Silva é um homem acossado no
terceiro thriller que Miguel Szymanski lhe dedica. Cada vez o conhecemos melhor, tal como através dele
conhecemos uma elite perversa a soldo de um Portugal que não podemos ignorar.
«Durante três anos, até Leninegrado se voltar a chamar São Petersburgo, trabalhara como chefe de turno no
Krasnaya Strela, o Seta Vermelha, o comboio noturno que durante a noite fazia os 700 quilómetros entre Moscovo
e São Petersburgo. No mesmo ano em que a sua cidade natal voltara ao nome antigo, também o KGB mudara de
nome para FSB e Oleg Porovich, aos vinte e um anos de idade, mudara de tudo: de emprego, de mulher, de
situação económica e de país. Largara lastro, deitara para fora as lealdades. Fora também nas viagens de comboio
que conhecera Vladimir Vladimirovich Putin. Assim começara a sua ascensão. Ao ponto de ter acumulado mais
poder do que alguma vez sonhara, e dinheiro, rios de dinheiro que brotavam incessantemente e aos milhares de
milhões. Às vezes tinha de eliminar pessoas. Era inevitável. Um homem que caminha pelos esgotos pisa baratas,
evitá-lo seria uma perda de tempo e não tornava os esgotos mais salubres. Nunca fora condenado por qualquer
crime. Nem o seria.»
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