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OBJETO
DE DESEJO
"Estamos no ano de 2064. O mundo já não é o mesmo, nem o governo, nem a geografia. Mas a sociedade, essa sim talvez ainda seja igual à de hoje. As pessoas agora vivem isoladas em seus apartamentos, dentro de torres enormes; ninguém sai do seu, pois não precisa, nem quer, nem pode. A vida se passa no plano virtual: cada usuário pode assumir a forma de diversos avatares, então trabalhar, estudar, se divertir, interagir, produzir, consumir, tudo dentro de um gigantesco e complexo simulador eletrônico. Não há mais relações entre pessoas, apenas entre imagens. Mas os usuários estão bem felizes com sua vida, afinal, fazem tudo o que querem; mesmo sem se conhecerem de verdade, sem saber quem é quem, ou quem é o dono do quê. Um homem sem nome trabalha para o governo numa função talvez pouco nobre: ele é responsável pelo despejo dos usuários que não conseguem pagar suas dívidas. Assim pode ver de perto a pior parte do sistema, na qual aquele que se torna improdutivo é lançado fora. O mundo real, fora das torres, é um deserto desabitado; por isso despejar um usuário é o mesmo que condená-lo à morte. E é esse mesmo homem que se propõe a contar sua história. São memórias dolorosas, difíceis, talvez tristes, porém libertadoras. Não só isso. Nunca só isso. Acontece que ele próprio foi vítima de um golpe, de modo que perdeu tudo o que tinha no mundo virtual. Todas as tentativas de reconquistar seus bens foram frustradas, pois o próprio sistema o travava, com sua burocracia e desinteresse. Ninguém era confiável, nada funcionava. Ali ele descobriu, da pior maneira, que havia se tornado inútil. Dessa vez, ele é quem foi despejado."
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