Esta obra, fruto de mestrado em História pela Universidade de São Paulo em 2006, examina os diferentes arranjos escravos de moradia do Rio de Janeiro, entre os anos de 1808 a 1850, a partir das complexas relações estabelecidas entre cativos, senhores e o Estado. A maior mobilidade escrava, característica dos grandes centros urbanos permitiu que o alargamento da autonomia cativa também se expressasse por meio da atividade do morar, cuja variedade pode ser observada nos relatos de viajantes, documentação policial, posturas municipais, pedidos e licenças encaminhados à Câmara Municipal e inventários post-mortem. A diversidade do morar escravo possibilitou ainda entender mais a fundo os condicionantes que viabilizaram a manutenção da instituição escravista durante o período da formação do Estado nacional brasileiro, assim como cativos e seus descendentes conseguiram refazer laços de solidariedade, afeto e parentesco em meio a tal processo.