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OBJETO
DE DESEJO
Anotações | Annotations apropria-se de um caderno escolar para explorar as questões entre liberdade, conhecimento e produção artística. Num jogo de ilusões, sobrepõem- se uma folha pautada e um céu, elementos já trabalhados anteriormente pelo artista e que, constantemente, abrem novas possibilidades interpretativas.
Folhas pautadas, capa azul, etiqueta branca de borda vermelha e carimbo. Elementos presentes nos mais tradicionais modelos de cadernos brasileiros são apropriados por Camnitzer para receber suas Anotações. O artista cubano Antonio Eligio (Tonel) entende algumas obras de Luis Camnitzer como auto-retratos (para além da própria série Selfportrat, 1970, 1972, 1972). Entre elas, The Book of Holes (1977). Para esse enendimento, defende ser necessário conhecer a fisionomia do artista, já que uma das três imagens que compõem essa obra traz Camnitzer segurando o contorno de um livro em metal. As duas outras imagens são da mesma silhueta emoldurando o céu. A performance que encontramos na obra não está apenas no gesto, mas na capacidade desse discreto livro mínimo absorver a paisagem que presencia: fagocitar todo o seu entorno. Mas é um livro lacunoso, impossibilitando, assim, seu real preenchimento. Conclui, pois, que o livro serve, em verdade, como guia, como filtro para editar ou compor uma realidade do sujeito leitor. Essas leituras nos ajudam a concluir que é impossível anotar qualquer interpretação estática, imutável ou finita, tanto de uma obra de arte como de uma dada realidade. Isso é o que nos oferece as Anotações de Luis Camnitzer, a serem preenchidas – ou não – pelas limitadas ou infinitas interpretações do leitor.
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