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EDITORA : Arte e Letra| Saiba Mais…
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A Edição M vem com belíssimas ilustrações de Athos Bulcão, que aparecem entre um conto e outro. Entre os autores já consagrados traz E.T.A. Hoffmann com seu importantíssimo O Homem da Areia, e tradução por conta de Guilherme da Silva Braga (já entrevistado aqui no Meia Palavra). Outro grande clássico é O Estudante de Anton Tchecov, traduzido por Gabriela Soares da Silva e Bibliomanie de Gustave Flaubert, traduzido por Sandra M. Stropparo (de quem tive a ótima oportunidade de ser aluna na UFPR).
São excelentes escolhas entre nomes famosos porque são representativos da obra do autor. O Homem da Areia traz a mistura do fantástico com a realidade que faria de Hoffmann fonte de inspiração para outros escritores (como o já citado Edgar Allan Poe e, coincidência! Flaubert, que chega a citá-lo em Bibliomanie). O Estudante tem um tom introspectivo e melancólico bastante típico da narrativa de Tchecov, e conforme explicado na introdução do texto, era um dos favoritos do autor.
Há também os textos de dois autores que nasceram no mesmo ano, 1866, e embora seus textos já tenham aí bastante tempo de existência, parece que aparentemente ainda são pouco conhecidos do público brasileiro. Tratam-se de E.W. Hornung com Idos de Março (traduzido por Adriano Scandolara) e Ramón del Valle Inclán com O Medo (tradução de Iara Tizzot). Na primeira história temos muito daquela Londres que habita o imaginário popular, com forte neblina e andanças pela Bond Street. Mas ao contrário do que se espera, não temos mais um detetive, o protagonista aqui é um ladrão. O Medo é um texto bastante breve, porém de uma força que chama bastante a atenção.
Finalmente, há os textos dos escritores contemporâneos, os brasileiros que com publicações como essa vão ganhando espaço e novos leitores. De certa forma eles conversam entre si, com tons de melancolia, loucura e um pouco do fantástico. O primeiro na coletânea é Trem das Consequências de Roberto Sousa Causo, talvez o que mais apresente desse último elemento. Ezra de Sérgio Tavares é bastante forte, como há de se esperar de uma história na qual o protagonista acorda com vontade de matar alguém. Tempo Demais de Simone Magno é bonito e ao mesmo tempo bastante triste, com um desfecho até surpreendente. Fechando a revista temos Mobília de Edson Valente, no que me pareceu uma visão bastante inusitada de um suicídio.
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