ARTICULAÇAO DO ESPAÇO NO PORTUGUES...CONSTRUCIONAL
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OBJETO
DE DESEJO
O fio condutor que dá unidade a esta coletânea e atravessa páginas e capítulos é a expressão do espaço, tal como ele é representado em diferentes contextos interacionais. A noção de espaço, ancorada nas experiências concretas do nosso corpo nos espaços físicos em que circulamos, pode gerar muitas projeções metafóricas e metonímicas.
Assim é que a noção de tempo, mais abstrata, é concebida em função de espaço, de base mais concreta, visto que vinculada à nossa experiência sensório-motora. Essa derivação nos remete à clássica trajetória de gramaticalização de elementos linguísticos, formulada por Heine, Claudi e Hünnemeyer (1991), que reflete um continuum de abstratização: espaço > tempo > texto.
Tratando da gramaticalização de operadores argumentativos, Martelotta (1996) analisa o caso de ainda, que seguiu essa trajetória por meio de projeções metafóricas. De uma acepção dêitica, portanto, mais relacionada à concretude espacial, esse elemento passa para uma noção menos concreta, temporal, até atingir uma função mais abstrata, vinculada ao arranjo lógico argumentativo do discurso.
Apesar da importância do conceito de espaço e das relações espaciais, além de sua contribuição para a criação de construções procedurais na língua, esse tema não tem recebido o tratamento de que é merecedor na literatura linguística, em especial, sobre o português brasileiro e europeu, ao contrário do que acontece, por exemplo, com os marcadores de tempo, aspecto e modo/modalidade (TAM). Nesse sentido, a coletânea livro Articulação do espaço no português: uma abordagem cognitivista, funcionalista e construcional vem, em boa hora, contribuir para o preenchimento de uma lacuna. Maria Angélica Furtado da Cunha (UFRN/UFF/CNPq)
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