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OBJETO
DE DESEJO
Os melhores textos de um dos mais engraçados, sensíveis e polêmicos cronistas da Revista Bula.
"Eu não teria um filho, não plantaria uma árvore, muito menos escreveria um livro: eu me desesperaria, sem reservas, com um mero pôr de sol. Um melro cantando sobre o muro também seria muito comovente. Eu voltaria a fumar em prol de um câncer que tivesse pressa. Eu aplicaria o golpe do vigário no capelão para escapar da extrema-unção. Eu tomaria um chope com o carrasco. Eu cortaria os meus cabelos com o afiador de guilhotinas. Eu teria um romance com a moça da dedetização. Eu faria de tudo pra morrer de amor. Eu preferiria mil vezes a insônia pra nunca mais ter que sonhar. Que eu fizesse isso - sonhar acordado - para intrigar a sentinela e ser conduzido a uma junta médica que me julgasse insano, indigno de uma bala sequer de fuzil, portanto, livre, um homem desimpedido para viver as suas maiores loucuras num manicômio judicial com vista para o mar."
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