Essa noite eu tive um sonho de sonhador. Maluco que sou, eu sonhei.
No dia em que todas as pessoas do planeta inteiro resolveram que ninguém ia sair de casa, como se fosse combinado em todo o planeta, naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém.

O empregado não saiu pro seu trabalho, pois sabia que o patrão também não estava lá. Raul Seixas sonhou com o dia em que a terra parou.

E não é que, um dia desses, o sonho pulou do sonho? Certa manhã, o sonho se cansou de cama, lençol, coberta e fincou os pés do lado de cá. Romper a engrenagem. Fazer a terra parar. Ou parar porque a terra parou.

Perigos invisíveis. E aprendemos à força a desacelerar as coisas. Subverter os ritmos. Repensar as geografias. Redesenhar os espaços. Parar. Apenas parar. É disso que se trata.