Por:
R$ 25,00
Em até 3x sem juros
Adicionar
à sacola
OBJETO
DE DESEJO
Dizer que Caprichos do arco-íris prende da primeira frase até o ponto final, pode soar como clichê, mas como evitar se é isto mesmo o que acontece e se é o que sintetiza o ideal de um livro?
O laço é jogado na primeira linha, quando de chofre Ninguém, dirige-se ao leitor: – Será que estou lhe ouvindo bem, meu caro leitor?! Você me diz que espera que eu relate, com todos os detalhes, quem é Ninguém neste livro!?
Como resistir a tal impacto, provocado pelo fabuloso narrador, que não sendo o autor e ultrapassando sua função de mero escrevedor, se mete no livro alheio para dar palpites e explicações, que antes de esclarecer surgem como sucessivas charadas?
Penso tratar-se de literatura que, ao modo de “a forma shandiana” (S. P. Rouanet), alia, à petulância do narrador, suas criticas cruéis às próprias estórias do livro, contadas por Julia a personagem central...
O resultado é o riso. E o encantamento, o qual vai se alargando na segunda e terceira partes, a começar pelos intrigantes títulos: Bolhas Misteriosas; A menina que enterrava a boneca. Na segunda, entre sonho e realidade, Júlia, confirma a riqueza do seu imaginário, num misto de alegria e sofrimento. Na terceira parte apoiada em cantigas, parlendas e poemas, junta o lúdico do mundo da fantasia às perdas da realidade.
No todo, a estória (três em uma) foca os contrastes complementares: vida e morte. Entre eles, os enlevos que valem à existência. Assim, Maria Lúcia Martins (que também assina a pintura da capa), tece, com muita ternura, estranh ezas na travessia da menina à mulher.
Leia mais…