produto disponível
De: R$ 69,00
Por:
R$ 61,41
Em até 3x sem juros
Adicionar
à sacola
OBJETO
DE DESEJO
Antonin Artaud escreveu as Cartas de Rodez, no período que passou internado no manicômio de Rodez, dois anos antes de sua morte, em 1948. Poeta, autor, ator de teatro, escritor... em duas palavras, gênio e louco. Palavras que sempre tentaram (mal)dizer dele, reinternando-o nos lugares habituais da língua, onde será contado com admiração exaltada e transgressão dos limites
As cartas de Rodez permitem que possamos escutá-lo numa experiência extrema, onde o que conta é o infinito, o esvaziamento e a transmutação do corpo e do espírito de um homem que sofre, que delira, que se revolta e denuncia a forma de tratamento e reconhecimento que recebeu nesse período. A ele, somente Deus importa, aos seres humanos cabe consentir numa transmutação sem objeção, sinônima de entrega incondicional ao divino, mais além da religiosidade comum. São, entre outras, as palavras mais sublimes e cortantes que se podem ler nessas Cartas.
Por que ler Artaud? Porque se encontra sempre à nossa disposição, a possibilidade de admitir que a vida pode ir muito além dos limites que insistimos em encerrá-la. Somente alguns poucos seres humanos puderam falar desse lugar de onde ele fala, do qual não temos nenhum registro. Artaud, A Esfinge. São experiências como essas que nos permitem ir até Rodez, escutando suas cartas em voz alta, enquanto escreve. É a nós que ele se dirige.
MAURO MENDES DIAS
Leia mais…