CIRCO-TEATRO: BENJAMIM DE OLIVEIRA E A...BRASIL
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OBJETO
DE DESEJO
A leitura do livro Circo-Teatro: Benjamim de Oliveira e a teatralidade circense no Brasil, de Erminia Silva, revela, como num espetáculo circense, a cada página uma surpresa. A primeira é certamente a incrível epopéia das famílias de circenses européias desde os primórdios das formações de circo de cavalinhos da Europa, principalmente Inglaterra, até a grande aventura que as fazia rasgar o mar em busca de novas platéias.
São poucos historiadores que se dedicam à história do circo, e pouquíssimos que, como Erminia, reconhecem no processo de produção circense, em especial a brasileira, não uma “arte menor”, mas um imenso arsenal de saberes e práticas que já produziam teatro em grande escala, com peças ricamente elaboradas, contando com grande número de artistas, músicos profissionais e sofisticado aparato cênico. Para quem julga, como de hábito, que o teatro brasileiro só viria a existir a partir da década de 1940 com as peças de Nelson Rodrigues, é uma imensa surpresa descobrir que, no início do século XX, por exemplo, o Circo de Emílio Fernandes, montou uma peça em que o Teatro São Pedro de Alcântara (atual João Caetano) era completamente inundado e que os atores representavam embaixo d’água e sobre pontes construídas especialmente para o espetáculo. Ou ainda que, durante as badaladíssimas apresentações de Sarah Bernard no Rio de Janeiro, no Teatro Lírico, palco da antológica atriz, não houve lotação plena em nenhum dia, enquanto o Circo instalado no São Pedro via todas as noites multidões concorrendo pelo ingresso para ver Rosita de La Plata. Nas palavras dos cartazes-propagandas usados para a divulgação: “Sempre enchentes! Sempre enchentes!”
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