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OBJETO
DE DESEJO
Tudo parece se resumir a comer, mas seria esquecer as muitas especificações. Comer com quem? Comer o quê? Comer cru ou comer assado, e até eventualmente apodrecido? Comer com que modos?
Comer com alguém é modo de criar parentesco. Comer caça ou inimigo é coisa de predador humano. Comer assado e com pamonha é comer como gente, diferente de comer cru, coisa de onça. E se matar, não pode comer. Comer com palitinhos é diferente também, é coisa ritual. E comer o morto dos cunhados é obrigação, serviço fúnebre e ato de piedade.
Aparecida Vilaça descreve com tranquilidade e frescor uma gente que podemos entender, gente alegre e com grande senso de humor. Tanto para antropólogos quanto para os Wari’ de hoje, este livro continua da maior importância. Dá testemunho de uma época de transição, em que massacres e guerras, abolidos, ainda estavam presentes na memória dos vivos. Somando-se os trinta anos do início da sua pesquisa de campo a outros trinta pelo menos de memória dos Wari’, temos uma crônica preciosa de um passado recente mas infinitamente outro. O mundo Wari’ mudou. (fragmento do texto da orelha por Manuela Carneiro da Cunha)
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