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OBJETO
DE DESEJO
Poeta, tipógrafo, pintor, performer, Kurt Schwitters é inventor da arte Merz - bilhetes de metrô, passagens de bonde, pedaços de madeira, restos de letras de cartazes, cacos de vidro, ferro-velho, enfim, o lixo urbano: matéria-prima de Merz. A poesia e a prosa de Schwitters, como sua obra plástica, são um punhado de bric-à-brac nonsense: colagens verbais, frases feitas e expressões coloquiais, distribuídas ao longo das páginas sob rigor construtivista muito próprio, a ponto de deixar os dadaístas franceses de nariz torcido. Mais tarde, o próprio poeta se chamaria MERZ.
Contos Mércio, traduzido por Maria Aparecida Barbosa, é um objeto valioso da obra literária de Schwitters em português. Nele, o leitor poderá percorrer as diversas camadas da sintaxe do poeta inventor. Já na entrada, o poema orgânico “À Ana Flor”- um apanhado de frases populares em alta voltagem nonsense. Logo, aparecem letras-bicho, letras-coisa, caligramas e outros babados de renda tipográfica. As intrigantes histórias de Schwitters foram escritas à maneira das fábulas infantis, mas povoadas pela alma schwittersiana. Nada escapa ao universo Merz, nem mesmo três simples malas de viagem. E para fechar, páginas digitalizadas da “Sonata primordial”: composição de letras dispostas em blocos de som. Um livro-colagem surpreendente, pois começa com o “diz-que-diz-que comadresco” de Ana Flor e acaba num tatibitate.
(Guilherme Mansur – poeta e tipógrafo/TIPOETA)
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