CORRESPONDENCIA DE MACHADO DE ASSIS TOMO V...1908
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OBJETO
DE DESEJO
Às vésperas do centenário da morte de Machado de Assis, celebrado em 2008, a Academia Brasileira de Letras assumiu o projeto de publicar a correspondência ativa e passiva do nosso grande escritor, sob a coordenação e orientação de Sergio Paulo Rouanet, que convidou Irene Moutinho e Sílvia Eleutério para reunir, organizar e comentar o conjunto de missivas.
Calculava-se apresentar cerca de 700 documentos produzidos desde a juventude até os últimos dias de Machado. Mas o universo epistolar ora publicado na Coleção Afrânio Peixoto atingiu novas e inesperadas proporções: os quatro tomos iniciais – período de 1860 a 1904 – somaram 836 missivas e este Tomo V nos leva ao total de 1.178, até as derradeiras cartas trocadas com amigos fieis e novos admiradores, quando as forças do autor de Dom Casmurro se extinguiam inexoravelmente.
Sentindo a proximidade do fim, em 21 de abril de 1908, Machado escrevera ao velho companheiro José Veríssimo, autorizando-o a recolher e publicar sua correspondência. Cético, avisava: “Não me parece que de tantas cartas que escrevi a amigos e estranhos se possa apurar nada de interessante, salvo as recordações pessoais que conservarem alguns... O tempo decorrido e a leitura que fizer da correspondência lhe mostrará que é melhor deixá-la esquecida e calada.”
Discordamos dessa ponderação remota: nem calada nem esquecida, pelo contrário, eloquente e luminosa, tal é a correspondência machadiana. Não coube ao testamenteiro literário publicar o legado inicial. Outros assumiram pouco a pouco essa tarefa, e a própria Academia foi pioneira, valendo-se da sua Revista para divulgar parte do epistolário no início da década de 1930. Vieram mais coletâneas importantes, predominando o caráter da troca bilateral – o diálogo de Machado com determinado correspondente ao longo do tempo.
No século XXI, em nova e especial abordagem, Rouanet erigiu o critério da exposição cronológica, trazendo um dinamismo que mostra as mil facetas do quotidiano. Tem-se, pois de uma espécie de “nova biografia” machadiana. Do jovem Machadinho ao velho autor do Memorial de Aires, desenrola-se uma vida sem “linha curva”; constrói-se a obra genial, delineiam-se afetos, cumprem-se deveres profissionais, lançam-se alicerces institucionais – que a Academia Brasileira de Letras representa com o maior vigor. Também seus papéis o mostram em carne viva diante da “grande desgraça”, que foi a perda da querida Carolina em 1904, e o estoicismo que o resignou ao sofrimento enorme vivido no chalé do Cosme Velho até o desenlace na madrugada de 29 de setembro de 1908.
O Tomo V, agora entregue ao leitor, com sua elucidadora Apresentação assinada por Sergio Paulo Rouanet e a meticulosa pesquisa de Irene Moutinho e Sílvia Eleutério, fecha o grande painel epistolar de quase meio século. Temos, porém, a esperança de que novos documentos sairão de um ou outro esconderijo, trazendo a alegria de mais coisas revelar sobre a vida, a obra e o tempo de Machado de Assis.
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