Qualquer manifestação popular de dança provoca em seus participantes um grande estímulo, pela sensação do esforço comum, simultâneo, mesmo que num desempenho individualizado. Aqueles que têm mais conhecimento dos fundamentos dessa manifestação são sempre considerados líderes pelo grupo, uma referência que dá mais ânimo, mobilizando os demais dançarinos a uma possibilidade concreta de realização e reconhecimento pela comunidade que os acolhe.

Em Danças de matriz africana, os autores falam sobre os afrodescendentes que dançam através de um repertório de gestuais simbólicos, carregados de um significado que transcende a realidade cotidiana. O livro aponta os papéis sociais dessas danças, como os cor-pos são construídos nos trabalhos diários. As habilidades do cotidiano unidas às expressões culturais a que pertencem, e que são recuperadas nos momentos das festas e danças, como o bumba-boi, o candomblé, entre outros, com seus enredos dramáticos, constituindo traduções mitológicas da natureza humana.