A diversificação das formas imagéticas na atualidade renova as apostas no poder de mobilização da arte, ao mesmo tempo que acrescenta novos desafios ao pensamento crítico. Numa investigação incisiva, Victa de Carvalho nos oferece um diálogo com as proposições dos mais influentes pensadores contemporâneos – Gilles Deleuze, Michel Foucault, Anne-Marie Duguet, André Parente, Giorgio Agamben, Raymond Bellour, Philippe Dubois e Jean-François Lyotard –, sempre referenciadas nos desafios despertados por diferentes projetos artísticos, predominantemente instalações multimídia – de Pipilotti Rist, Eija-Liisa Ahtila, Douglas Aitken, Douglas Gordon e Jeffrey Shaw –, conformadores do nosso imaginário.

Mais do que uma atualização das recentes discussões envolvendo o estatuto da arte, esta pesquisa procede de uma aposta na perspectiva dos desvios, das fissuras e da liberdade. Tomando partido de uma concepção plural da noção de dispositivo, simultaneamente referida às formas expressivas, ao espectador e a um regime de crenças sempre circunstancializado, o que se apresenta decisivo nesta abordagem são as possibilidades de reinvenção, as reconfigurações e as expansões dos dispositivos.

Já conhecido pelos círculos mais próximos da autora, adotado em diversos cursos de graduação e de pós-graduação, este texto seminal para o entendimento da cena contemporânea encontra-se agora, neste momento de extrema relevância da prática criativa, acessível aos interessados na reflexão sobre os desafios da experiência contemporânea.