EROTICA DO LUTO: NO TEMPO DA MORTE SECA
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OBJETO
DE DESEJO
O caráter determinante do não-cumprido nos fez tomar ciência de que, em nosso tempo de morte seca, já que a mortalidade infantil deixou de ser o que era, o paradigma do luto é o luto do filho. Daí a questão: é imaginável, é possível que, assim, a morte do filho tenha acabado por tornar esse lugar? Em que condições poderia ela ter sido elevada a esse estatuto de paradigma gramatical para todo luto? Terá sido preciso para isso, para que fosse avaliada a uma-vida de cada um sem outro recurso que essa própria avaliação enquanto humana (ainda que humana demais), que Deus não fosse mais reconhecido como tendo em mão, Ele e Ele só, as cartas do juízo, com efeito, necessariamente "final". Terá, pois, sido preciso que Deus fosse pelo homem destituído da contabilidade. Enquanto Ele mantinha as contas - contas de que Sua transcendência nos deixava essencialmente incapazes de saber o que quer que seja -, o luto podia ser bem mais regrado: a morte do filho tinha, por certo, um lugar singular, como ainda tem, no México, em "a arte ritual da morte da criança", mas esse próprio lugar deixava-se, para acabar, absorver no jogo do pecado e de seu perdão, no grande jogo do inconhecível juízo de Deus.
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