A fábula não deveria ser classificada nem como conto nem como literatura infantil, a despeito de sempre narrar algo — uma situação ou uma pequena história, na qual há enfrentamentos e disputas —, e sempre ter encantado crianças em todas as partes do mundo e em todas as épocas. Muito menos deveria ser rotulada como um gênero paradidático — expressão tão do agrado dos modernos editores —, em função do seu peculiar caráter moralizante e muitas vezes pedagógico. Talvez seja tudo isso e nada disso ou mais que tudo isso, porque tem sido igualmente literatura de adulto, citada em situações adultas e eruditas, não sendo poucas as passagens históricas ou envolvendo figuras históricas, nas quais há a participação de alguma fábula, utilizada, sobretudo, para o convencimento de alguém.