Livraria da Travessa

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FIVE O'CLOCK



AUTOR: Elysio de Carvalho
EDITORA : Antiqua| Saiba Mais…
produto indisponível
OBJETO
DE DESEJO

Reedição de clássico da belle époque tropical, lançado originalmente em 1909, pela Garnier, a mesma editora de Machado de Assis e Graça Aranha.

Em O momento literário, João do Rio apresenta Elysio de Carvalho como representante e divulgador de idéias e movimentos literários correntes na Europa mas pouco discutidos entre nós. Nietzsche, literatura hispano-americana, anarquismo, decadentismo (foi tradutor de Oscar Wilde) e naturismo (movimento literário pós-simbolista que pretendia um naturalismo mais espiritualizado) compunham sua pauta, em consonância com o vetor eclético dominante na arte e na arquitetura do período. Five o´clock é um retrato deste momento (primeira década do século XX) da literatura e das mentalidades no Brasil da Primeira República.

Não por acaso dedicado a João do Rio, Five o´clock antecipa o que este faria em Pall-Mall Rio, ambos textos inspirados por Jean Lorrain, escritor decadentista famoso por suas mordazes crônicas mundanas e por seus contos envolvendo personagens do bas-fond e temas polêmicos (drogas; homossexualidade; crime).

Há, ao longo do livro, preciosos retratos da vida noturna carioca durante a belle époque que garantem para Five o´clock, juntamente com as obras de João do Rio, interesse para os pesquisadores da vida social da Capital Federal na primeira década do século XX.

A presente edição foi realizada a partir de um exemplar depositado na Biblioteca Afrânio Coutinho, da UFRJ, com introdução de Luiz Edmundo Bouças Coutinho, que já fora responsável pela organização e apresentação da reedição de A mulher e os espelhos, de João do Rio, pela cultuada coleção Biblioteca Carioca. A fim de facilitar sua legibilidade, ao texto original foram acrescentadas notas explicativas, preparadas por Marcus Salgado, que procuram esclarecer as centenas de referências a escritores, pintores e personalidades do fin de siècle acumuladas ao longo das 124 páginas.

Five o´clock é uma co-edição do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Literatura da UFRJ e da Editora Antiqua. É o segundo volume da Coleção Ocultura (publicada pela Antiqua), que se especializa em desvendar os tesouros da literatura transgressiva de escritores brasileiros e europeus da belle époque (na pauta de futuros lançamentos: Aubrey Beardsley e Baron Corvo).

SOBRE ELYSIO DE CARVALHO:

“O Sr. Elysio de Carvalho representa por si só uma porção de pequenos movimentos literários, reflexos de pequenas escolas francesas. (...) o Sr. Elysio tem escrito tanto e a respeito de tanta coisa pouco conhecida no Rio que forçoso foi dar-lhe atenção. (...) Lê-lo é saber o que fizeram de 1897 para cá os tremendos jovens nefelibatas, hoje socialistas.”
JOÃO DO RIO – O momento literário.

“Elysio de Carvalho, que, pela época [1900], casa-se com mulher rica, instalando-se na rua do Riachuelo, organiza uma notável biblioteca de moderna literatura, mandada buscar diretamente à Europa: livros franceses e ingleses, espanhóis, italianos, quase sempre em edições de grande luxo, volumes impressos em papel de Holanda, China e Japão, coleções raras e caríssimas. Empresta livros a todos os seus amigos e mesmo aos que não são. Exemplares únicos aparecem, no fim de algumas semanas, pelos balcões dos sebos da cidade, outros desaparecem para sempre, sem que saiba, exatamente, onde... E a caixotaria a chegar da Alfândega, e mais os pacotes, as faturas, os catálogos... E o Elysio como um nababo, a encher as estantes, dele, dos amigos, dos sebos da rua de São José... Esse delírio bibliomaníaco, do qual se aproveitavam, honestamente, diga-se de passagem – certos intelectuais pobres, da sua maior intimidade, só acaba quando o dote da mulher se esgota, no dia em que a uma roda de amigos, no fundo de sua linda e rica biblioteca, folheando uma coleção de affiches de Mucha, posta em volume numa edição valendo muito mais de mil francos, ele diz, embora sem grandes apreensões e cuidados:
– O pior é que o dinheiro acabou. Felizmente prometeram-me um emprego aí numa repartição qualquer...
Nesse momento, Elysio de Carvalho, o bibliômano mais moço da cidade, não tem mais de vinte anos. Convém não esquecer que, por ocasião de sua morte, anos depois, lega à sua família uma biblioteca importante, riquíssima, sobretudo em obras históricas sobre o Brasil e sobre a América.”
LUIZ EDMUNDO – O Rio de Janeiro do Meu Tempo, 4º Volume, p. 763.

“(...) Elysio de Carvalho, homem que parecia disposto a adotar todos os figurinos do momento. Requinte? Esnobismo? No entanto, dele partiu uma das realizações mais práticas que o clima tolstoiano produziu no Brasil: a fundação de uma Universidade Popular, empreendimento infelizmente efêmero.”
BROCA, Brito. A Vida Literária no Brasil – 1900. Rio de Janeiro: MEC, s/d, p. 120.

“Five o´clock é justamente o título do livro em que Elysio de Carvalho nos deixou curiosa documentação sobre aspectos e figuras dessa boêmia dourada na primeira década do século. Num estilo afetado, com grande extração de termos estrangeiros, em tudo semelhante ao de João do Rio (a quem o livro é dedicado); carregando ainda mais na nota original, o cronista descreve-nos uma comparsaria mundana do refinamento e decadentismo que parece moldada pelas silhuetas nevrálgicas de Jean Lorrain.”
BROCA, Brito. A Vida Literária no Brasil – 1900. Rio de Janeiro: MEC, s/d, p. 32-33.

“(...) a revista Kultur (1904), dirigida por Elysio de Carvalho e Mota Assunção, cuja importância consiste em ser talvez precursora no registro das primeiras correntes ideológicas do pensamento anarquista no Brasil, em artigo ali assinado por Elysio de Carvalho(...)”
HARDMAN, Francisco Foot. “Introdução”. Contos Anarquistas. São Paulo: Brasiliense, 1985, p. 11.

SOBRE OS ORGANIZADORES DA OBRA:

LUIZ EDMUNDO BOUÇAS COUTINHO é Doutor em Poética pela UFRJ, onde atua como professor. Tem investigado as relações semiológicas entre Escritura e Dandismo, produzindo diversos ensaios acerca das modalidades de representação desencadeadas pelo Decadentismo, assim como artigos que procuram interpretar o agenciamento textual de D´Annunzio, Huysmans e Wilde no contexto da belle époque brasileira. Como líder do Grupo “Estéticas de fim-de-século”, vinculado ao Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil/CNPq, organizou os livros Arte e artifício: manobras de fim-de-século (2002), O labirinto finissecular e as idéias do esteta (2004) e Dândis, estetas e sibaritas (2006).

MARCUS SALGADO é Mestre em Literatura Brasileira pela UFRJ. Investiga a circulação do decadentismo na belle époque tropical. Autor de A vida vertiginosa dos signos (Antiqua, 2007), reunião de ensaios sobre literatura, ocultismo, drogas e música eletrônica. Editor da revista eletrônica www.rizoma.net. Além da literatura, explora as relações entre música e linguagem eletrônica, tendo participado de importantes festivais de cultura digital: Mídia Tática Brasil (2003); FILE – Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (2003); Hipersônica (2003); Isto é Música (Centro Cultural Banco do Brasil, RJ, 2004).

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DADOS DO PRODUTO



título : Five o'clock

isbn : 9788589363167
idioma : Português
encadernação : Brochura
formato : 14 x 21
páginas : 126
ano de edição : 2006
edição :

AUTOR : Elysio de Carvalho
ORGANIZADOR : Luiz Edmundo Bouças Coutinho | Marcus Salgado

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