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OBJETO
DE DESEJO
Ruth Baron, universitária australiana de 20 anos, vive os dilemas existenciais próprios à sua idade e, em viagem à Índia, encanta-se com os ensinamentos de Chidaatma Baba e decide converter-se a seu culto. Ao verem uma foto da filha sorridente e vestida com um sari, seus pais acham que ela sofreu lavagem cerebral e montam uma operação de "salvamento". Para tanto, contratam o americano P.J. Waters, que se apresenta como especialista em terapia de resgate de cultos. Ele se propõe a "desprogramar" Ruth com um tratamento intensivo de três dias.
Esta é a trama central do romance Fogo sagrado, das irmãs Jane e Anna Campion. O livro deu origem a um filme do mesmo nome, dirigido por Jane Campion. Em sua narrativa, as autoras mostram os acontecimentos sob a óptica dos dois protagonistas, tornando, desta forma, mais patente e intenso o conflito entre P.J. – que tem mais do dobro da idade de Ruth – e a jovem, cada qual com ideais, sonhos, desejos e perspectivas próprios às suas gerações. Para a "terapia", Ruth é praticamente seqüestrada e levada para uma cabana, onde o americano lhe tira sandálias e sari como tática inicial de despersonalizá-la.
Só que ele não contava com a reação da paciente. Se o objetivo de P.J. é convencer Ruth de que Baba não é tão santo quanto parece ser e de que seitas como aquela são nocivas, o dela é provar ao terapeuta que ele não é tão seguro, controlado e competente quanto a imagem que vende de si próprio. Com suas fragilidades expostas, a jovem ataca as feridas narcísicas do arrogante americano, também levado a expor suas fraquezas. Esse jogo de poder leva a uma situação de conflito extrema, onde as personalidades dos dois protagonistas se chocam e se fragmentam.
Com uma narrativa cinematográfica, Fogo sagrado levanta questões como o despreparo do Ocidente para entender a cultura oriental, a arrogância dos ditos experts e a intolerância com o diferente.
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