FORMAÇAO HISTORICA DO BRASIL
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OBJETO
DE DESEJO
A alma deste livro é a sua posição política - lembra Nelson Werneck Sodré no prefácio, antes de iniciar uma das mais eruditas e primorosas reconstituições de cinco séculos de história do país.
Ao invés de escamotear do leitor a relação entre ciência e ideologia, como fazem tantos, o historiador a valoriza e explicita, sobretudo no capítulo final, de exame da atualidade e prospecção, quando trata da Revolução Brasileira, expressão a que recorre para designar o processo de transformações que constitui a variante nacional do modelo clássico, na história do Ocidente, de hegemonia burguesa e conseqüente acesso das massas camponesas e operárias a melhores condições materiais de vida e à cidadania.
A seu ver, esse ciclo se completará no Brasil tão mais rapidamente quanto menores forem os desvios golpistas e ditatoriais, os períodos de repressão do debate de idéias e da participação popular: " a manutenção e a ampliação do regime democrático aparece como imperiosa necessidade. A emancipação do Brasil não é uma tarefa conspirativa, mas a empresa de todo o povo", escreveu nas últimas linhas desta obra fundamental.
Formação Histórica do Brasil foi publicada pela primeira vez em 1962 e resulta de cinco anos de atividades no curso sobre o tema que ele ministrava no Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), centro de reflexões sobre o desenvolvimento nacional, fundado na década de 50 e de grande prestígio nos períodos de governo de JK e João Goulart. Neste magistério concentrava as atenções desde sua transferência, no posto de general de brigada, para a reserva do Exército, de que foi um membro atípico.
Com treze livros publicados até então - a começar por História da Literatura Brasileira, de 1938 - o historiador vivia, aos 51 anos, a fase de plena maturidade intelectual, inclusive com o aprofundamento das leituras de Marx, de que se tornara um dos melhores intérpretes e que esta obra reflete de forma exemplar.
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