Apesar de estar em todas as bocas, de estar presente há muito tempo na literatura e na produção historiográfica, o Tribunal do Santo Oficio da Inquisição, que funcionou em terras lusas entre 1536 e 1821, guarda ainda uma aura de segredo, desejada, aliás, pela própria instituição. A iniciativa de membros do Núcleo de Estudos Inquisitoriais (NEI) da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Rio de Janeiro (UERJ) - publicar um guia de fontes que nos ajudará a desvendar um pouco do que foi a tenebrosa instituição - é um ato de generosidade para com os historiadores. De certo, as principais fontes para se estudar a Inquisição portuguesa, e mesmo sua atuação no Brasil, encontram-se em Portugal, mais especificamente em Lisboa. Contudo, o antigo estatuto de capital do Império e da República legou à cidade do Rio de Janeiro riquíssimos fundos documentais e bibliográficos (Arquivo Nacional, Biblioteca Nacional, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Itamarati) que fornecem um excelente meio de se entrar em contato com os estudos inquisitoriais. Além de descrever estes acervos, este guia dá a chave para se pesquisar outros fundos, como o do Real Gabinete Português de Leitura e o das principais bibliotecas universitárias fluminenses.