O livro escolar, em particular o livro didático para as diferentes disciplinas, oferece, ao professor, orientação pedagógica, caminhos a transitar, e, aos alunos, uma inquestionável segurança para a sequência do currículo. Para os responsáveis pela administração educativa, também será um objeto de desejo e domínio pela capacidade que demonstra de marcar pautas técnicas e ideológicas para a construção de hábitos e de conduta. Daí o interesse pelo controle e vigilância que há décadas tem prevalecido, na maioria dos países, em relação aos livros didáticos. Este conjunto de fatores, que intervêm na complexidade de significados de um material de aparência modesta e inócua, convida aos estudos da história da escola, do currículo, da política escolar, ou da economia – considerando os investimentos das grandes editoras de livros didáticos –, a considerar o livro didático como um campo específico da história da educação. É a partir dessa perspectiva que apresentamos História da Educação e Livros Didáticos, composto de uma seleção de textos de autores do Brasil, Espanha, França e Portugal, que tiveram como objeto/fonte o livro didático. Os textos aqui apresentados objetivam agrupar as discussões em torno da importância do livro didático como corpus de investigação para o campo da história da educação, privilegiando a experiência estrangeira e sua possível contribuição para a realidade brasileira.