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OBJETO
DE DESEJO
“Hüzün é uma palavra turca sem tradução possível, sugere umam melancolia coletiva que fala de um passado poderoso e múltiplo. A melodia que sai dos minaretes convocando o fiel, as paredes rasuradas dos mosteiros, a atmosfera quieta da Capadócia.”
As peças monumentais nas quais Vergara recorta e entrelaça várias fotografias constituindo um mosaico de sensações que se precipitam sobre o espectador refletem formalmente a experiência de uma cultura em que camadas de visualidade se sobrepõem, se enfrentam e se misturam continuamente. É interessante percebermos que, diante de encontros poéticos específicos, sua obra assume novos processos de formalização. Exemplos desta necessidade de adequação do vocabulário plástico se mostram com seu mergulho na fotografia na década de 1970 para apreender o êxtase carnavalesco, assim como o deslocamento e ampliação destas maquetes/colagens fotográficas no anseio de traduzir uma vertigem sensorial, em que camadas de experiência vão se sobrepondo como se fora um palimpsesto visual. Assim como o mergulho na Turquia foi feito desprovido de um projeto definido, tudo se constituindo no enfrentamento curioso do olhar perante o desconhecido, o partido curatorial desta exposição pressupõe uma liberdade de improviso, movida pelo desejo de explorar acontecimentos poéticos inesperados, em que acaso e intenção caminham irmanados. O fascínio da Turquia é sua overdose de sentido, uma presença acachapante de cores, texturas, cheiros, compondo um imaginário incendiado de vibração, ao mesmo tempo espiritual e sensual, que não nos deixa aptos à interpretação.
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