JASPER JOHNS: PARES TRIOS ALBUNS
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OBJETO
DE DESEJO
JÁ EM SUA PRIMEIRA EXPOSIÇÃO INDIVIDUAL, EM 1958, JASPER Johns foi rapidamente alçado à condição de protagonista de um profundo processo de transformação da arte então em curso com diversas contribuições de artistas e críticos norte-americanos. Muitas das pinturas então apresentadas foram recebidas como obras-primas e, junto com reflexões sobre o fazer artístico elaboradas por Johns, reverberaram tanto na consolidação da arte pop dos Estados Unidos, alguns anos depois, como no amadurecimento de artistas conceituais como o compositor John Cage.
Desde então, o processo de recepção e debate da obra de Johns permaneceu ativo por muitas décadas e talvez tenha alcançado um ápice quando lhe foi entregue o prêmio principal de pintura da Bienal de Veneza, em 1988.
Já por essa trajetória, sediar uma mostra ampla, com dezenas de trabalhos de Johns, seria uma grande honra para qualquer instituição dedicada à arte contemporânea. Mais ainda, o Instituto Tomie Ohtake celebra a possibilidade de apresentar ao seu público um generoso recorte da produção de gravuras desse artista. Isso porque, assim como Robert Rauschenberg (apresentado no Instituto em 2009), Johns é um artista que não se limita a encarar a gravura como um meio secundário, subsidiário em relação ao que acontece no campo privilegiado da pintura.
Seus experimentos em litogravura, gravura em metal e serigrafia revelaram potenciais antes desconhecidos de suas técnicas, explorando variações e consolidando-as como elementos da linguagem gráfica e visual. Será curioso notar que o interesse pela pesquisa experimental e pelo universo gráfico sempre foram motes da pintura de Johns e puderam ser enfatizados ao longo de suas décadas de prática de gravura. Bandeiras, alvos, números, objetos banais...
as figuras presentes nas séries mais célebres do artista aparecem em suas telas como, simultaneamente, Ícones familiares e corpo espesso de pintura. São símbolos populares e, ao mesmo tempo, constituem um aglomerado de pigmento e cera, movimentado pelo gesto do artista.
Depois, nas séries gravadas por Johns, mantém esse duplo sentido ou, melhor dizendo, essa dupla presença: as variações de cor e os modos de impressão combinados a partir de cada conjunto de matrizes deixam claro que o que vemos ao final são figuras e, também, são camadas de material pictórico manipuláveis como partes de uma experiência artística.
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