Julio Villani se formou entre o Brasil, onde nasceu (Marília, 1956) e a Europa, onde forjou sua identidade de artista. É difícil tentar etiquetar sua obra – quando muito, pode-se lhe atribuir alguns alegres parentescos: Duchamp e o movimento literário Oulipo, Calder e Torres-García; a linha indígena enlaçada com a de Volpi, o Bispo do Rosário de braços dados com o bispo Sardinha... Se ela se alimenta de referências, sua poesia emana sobretudo da confiança que deposita no encontro fortuito. De Cornell a Farnese, de Schwitters a Baldessari, de Rauschenberg a Spoeri, muitas foram as maneiras de achar arte em objetos achados. Na obra de Villani, esses são acrescidos de humor: um espírito lúdico em permanente regeneração que confere sentido ao mundo. Por meio de malabarismos irônicos e tenros, avançando simultaneamente por várias frentes simultâneas – uma, mais uma e ainda outra –, ele soma os seus aos vestígios do mundo, sem artifícios nem limitações.