O professor Max Araripe, no capítulo introdutório, resume o objetivo de “Linguagem sobre sexo no Brasil” da seguinte maneira: “Um pouco da linguagem sexual brasileira no contexto da nossa história social, e um pouco de nossa história social no contexto da nossa sexualidade”. O que o autor não revela em sua introdução é o caminho imprevisível que percorre. Através de textos literários e científicos, documentos históricos, notícias de jornais ou ainda, relatos folclóricos, Max Araripe vai buscando as origens dos termos, expressões, proibições e preconceitos que, de alguma forma, estão conectados à sexualidade do povo brasileiro ao longo dos séculos. São referências que vão desde a carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugal, e passam por Machado de Assis, Gilberto Freyre, Câmara Cascudo, Rodrigo de Sá Carneiro, entre outros. Com tantas citações assim, o leitor pode pensar que se trata de mais um texto estritamente acadêmico. Ledo engano. O autor, com a isenção e a seriedade inerentes a um pesquisador, constrói um texto leve, agradável e fluente, que leva o leitor a transitar por diversas áreas do conhecimento, ficando difícil interromper a leitura entre a primeira e a última frase do livro.