Ana Costa tornou-se nacionalmente conhecida por seu trabalho Corpo e Escrita: relações entre memória e transmissão da experiência (Relume-Dumará, 2001). Mais do que extensivamente lido pela comunidade de psicanalistas seu texto alcançou uma tessitura literária e faz parte de uma nova localização do debate brasileiro da psicanálise. Debate cuja metadiagnóstica coloca no centro de nossas preocupações o tema da perda da experiência. Debate que torna possível a emergência histórica da psicanálise como prática clínica de elaboração e reconstrução desta perda no escopo de uma experiência que é a fala, mas também a escrita. O estilo de Ana não trai seus objetos, ele não aplaina narrativamente a experiência nem domestica a realidade com conceitos, ele não estetiza a expressão dos acontecimentos nem a gravidade dos problemas. Ana Costa envolve o leitor com seu ritmo, com seu respeito com a coisa tratada. É assim que o leitor sai enriquecido do texto e com as suas questões deixadas sorrateiramente dentro de nós.