Imperdível! Machado de Assis em edição de gala.
Alcir Santos de Oliveira
Primeiro dizer do livro propriamente dito: uma preciosidade, coisa de colecionador, de quem gosta de livro, de repassar as páginas, sentir o papel, admirar as ilustrações de Portinari....de parabéns, portanto, a Antofágica. Ah, para completar, é preciso destacar os esclarecimentos de João Portinari, as imperdíveis notas de rodapé, o perfil traçado por Ale Santos e o magnifico estudo de Rogério Fernandes dos Santos. Somados esses aspectos, temos em mãos uma joia para preservar e manusear sempre e sempre.
Quanto ao texto, é o bom e velho Machado. Mais irônico e atual do que nunca. Brás Cubas é a cara do Brasil de hoje, rico, inútil, à cata de um cargo público que lhe dê título e posição, enquanto isso vai sonhando, só sonhando, com um emplastro milagroso. De permeio, mantém um caso com a mulher de um amigo e vai tocando a vida sem se dar muita conta do vazio que o envolve, membro da classe superior de uma sociedade de castas. Impressiona sentir a atemporalidade de Machado. Admito até que o livro hoje é mais atual do que na época em que o li pela primeira vez, há uns sessenta anos. Mas, seria o caso de parafrasear: mudou o livro, mudei eu, ou mudou a sociedade, se ajustando aos tempos do texto? Leia e tire suas próprias conclusões.......
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