Belo exemplo de romance histórico!
Alcir Santos de Oliveira
Sem dúvida o autor sabe como escrever romance histórico. Primeiro, claro, pesquisa e se prepara como se fosse fazer um trabalho técnico. De posse das informações, solta a capacidade de criação, misturando personagens históricos com ficcionais até produzir um enredo convincente. Neste Munique aborda um dos momentos mais delicados do período imediatamente anterior a II Guerra, quando Chamberlain, Primeiro ministro britânico, tenta, por todos os meios diplomáticos possíveis, demover Hitler do projeto de tomar partes da então Tchecoslováquia pela força, forçando assim o confronto armado.
Neste cenário Harris insere um diplomata britânico e um alemão, jovens que se fizeram amigos por terem sido colegas em Oxford. Adversário do projeto de poder de Hitler, como tantos outros civis e militares no governo alemão, Hartmann tenta um encontro com o Legat, seu ex-colega, na oportunidade de uma reunião de cúpula em Munique, envolvendo Alemanha, Reino Unido, Itália e França, para fazer chegar a Chamberlain documentos secretos. Dos encontros e desencontros dos improváveis amigos se faz o miolo de uma trama bem urdida.
Verdade que, em alguns momentos, o livro se torna um tanto cansativo e o texto arrastado, não só pelo excesso de personagens, mas pelas reiteradas descrições. Ainda assim um livro de qualidade nesse ramo da literatura.
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