O sexto número de Nabuco – Revista Brasileira de Humanidades traz um longo ensaio de Ronald Robson sobre determinadas chaves interpretativas da cultura brasileira, em especial de sua literatura e cânone em humanidades. A seu ver, a insistência em interpretar o Brasil à luz de ideais supostamente universais (“cidadania”, “liberalismo”, “realismo espiritual”) produz obras parcialíssimas, que simplificam a história brasileira para chegar a teses incompatíveis com qualquer verdadeira universalidade. Já o ensaio “O Brasil dos anos trinta”, de José Carlos Zamboni, oferece uma correção de percurso parcial àquilo que se critica no primeiro texto.

O debate em torno da violência dá oportunidade aos artigos de Eduardo Matos de Alencar e Rodrigo de Lemos (o primeiro sobre o quanto a violência tornou-se um meio de indivíduos construírem para si uma frágil personalidade, o segundo sobre como a incompreensão da cultura liberal promove o terrorismo). A revista traz ainda artigos de Otto Maria Carpeaux sobre música e literatura nunca antes coligidos em livro e poemas do Antonio Machado e Heitor Quilles.