Como a maioria das histórias de paixões arrebatadoras, “Ninguém sabe quem sou eu (a Bethânia agora sabe!)” também passa ao largo da razão. Porém, diferente de casos de amor incontido, não há sofrimento, mas um final incomum e surpreendentemente feliz. Autor do livro, o jornalista Carlos Jardim abre o coração e conta em detalhes até onde um fã pode ir: da descoberta da artista na adolescência à lenta aproximação, até o atual e apoteótico momento: a realização de um filme dirigido e roteirizado por ele – e estrelado por ela.

Jardim, como Bethânia o chama, narra numa conversa informal com o leitor suas muitas obsessões, comuns a fãs inveterados: madrugar em fila de ingresso, catar objetos deixados no palco depois de shows, não perder uma única estreia, assistir ao mesmo espetáculo inúmeras vezes, aguardar horas na porta de camarins em troca de alguns instantes diante da cantora. E ainda exibe no livro alguns troféus de sua coleção particular, quase um “museu Maria Bethânia”: fotos com ela, discos autografados, mensagens pessoais, fitas K-7 com gravações caseiras de shows, entre outros itens reunidos ao longo da vida.

Com prefácio da jornalista Andriea Sadi, amiga e colega de Jardim na Globonews, o livro é repleto de curiosidades e divertido da primeira à última linha. É também um trabalho de mão dupla: ao falar de sua paixão, o autor revela a relação de Bethânia com os fãs e traça um panorama da carreira de uma das mais importantes artistas do país.