Centrado na figura do escritor carioca Gonzaga Duque, este livro trata de questões importantes no âmbito das renovações estéticas experimentadas no final do século XIX e início do XX. A intensa atividade de Gonzaga Duque foi seguida, após sua morte, de um relativo esquecimento. No plano literário, sua presença ficou restrita a esporádicas menções ao fato de se tratar de um dos poucos autores de ficção do simbolismo. Talvez tenha permanecido de maneira mais significativa, ainda que esparsa, graças a seus trabalhos sobre história da arte, necessários para a compreensão de certos momentos da arte brasileira, de modo que os historiadores continuaram a recorrer às antigas edições de alguns de seus textos.

A revisão da situação de Gonzaga Duque – e a correspondente e imprescindível recuperação de sua obra – implicaria dois empenhos não inteiramente separados, mas preferencialmente associados. Por um lado, era preciso tornar disponíveis os textos do autor, tanto os incluídos em livros cujas edições há muito estavam fora de circulação quanto os que, em número surpreendente, ficaram perdidos em periódicos hoje raros, esquecidos, só encontrados em algumas poucas bibliotecas. Por outro, era necessário examinar essa produção, a fim de situá-la em seu contexto e inseri-la numa perspectiva crítica contemporânea.