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OBJETO
DE DESEJO
O Brasil é bom. Afinal, a Amazônia não será desmatada, os deputados não são ricos nem corruptos, as obras da Copa não foram superfaturadas e não há milhares de crianças pobres dormindo na rua. Escrevendo em um permanente tom irônico, André Sant’Anna, que em O paraíso é bem bacana e Sexo e amizade já havia mergulhado no terreno da crítica social, criou aqui o seu livro mais mordaz. Nos 22 contos que formam O Brasil é bom, a velha classe média observa — apavorada e temerosa — a ascensão da nova classe média, o consumismo é uma epidemia nociva, o dinheiro é a única coisa que move os brasileiros e a Igreja explora os fiéis.
Em “Lodaçal”, o texto mais longo, dois garotos que vivem à margem da sociedade imaginam, em uma narrativa delirante, inúmeros futuros para si — todos interrompidos pela violência. A metralhadora de André Sant’Anna aponta para diversos alvos: em um momento, satiriza o discurso daqueles que se consideram “cidadãos de bem” e nutrem fantasias dignas do tempo da ditadura; em outro, critica as medidas paliativas que transformaram a classe c em uma horda de consumidores, dando a eles a ilusão de que o país está melhorando e de que agora foram incluídos na sociedade. O resultado é uma visão pessimista e apocalíptica, que expõe os conflitos raciais e sociais do Brasil que apenas começaram a explodir.
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